
Victor Lawrence Bernardes Santana
Hipnose Clínica e Programação Neurolinguística
O que é hipnose ?

“A psicoterapia Ericksoniana é uma abordagem feita sob medida para cada tipo de paciente, focada na solução do problema e baseada na utilização de tudo aquilo que o paciente traz, inclusive a resistência à sua própria melhora. A hipnose ou a linguagem hipnótica é inserida como uma ferramenta útil para acessar a mente mais profunda do sujeito e conseguir aflorar os conflitos e os ajustes mais facilmente” (Zeig, apud Bauer, 2010).
A hipnose é uma técnica séria, com aplicações terapêuticas comprovadas no controle da dor e no tratamento de fobias, depressão, ansiedade, na gravidez, em doenças psicossomáticas e na psicoterapia. Infelizmente essa técnica milenar começou a ser esquecida em seu sentido terapêutico e passou a ser um número de palco, durante o século XX. Após a Segunda Grande Guerra, e particularmente nas últimas décadas, as pesquisas a respeito da utilidade terapêutica da hipnose aumentaram. Somente no Brasil (2003) já existem cerca de mil médicos, dentistas e psicólogos que oferecem esse tratamento (Galileu de Maio/2003). A técnica pode ser utilizada para o tratamento de muitos casos onde outras terapêuticas foram esgotadas.
O indivíduo em transe tem um aumento significativo de sua sugestionabilidade, isso possibilita várias mudanças de caráter fisiológico e comportamental. É possível o desenvolvimento de alucinações visuais, auditivas e táteis e desencadear uma série de reações automáticas como se fossem um reflexo artificial. Um uso tradicional da hipnose na medicina e na odontologia é da analgesia e anestesia. Pessoas que sofrem de dores crônicas, enxaqueca e reumatismo ou com até mesmo câncer podem ter grandes benefícios com esse tratamento. Isso se dá pelo fato de a dor ser uma sensação física o que é passível de alteração pela hipnose. No caso do câncer, por exemplo, alguns pacientes interpretam a dor como uma piora da doença, o que não necessariamente é verdade. Porém a partir de tal interpretação, o cérebro pode piorar a doença. Não por um agravamento físico na saúde, porém por um agravamento psicológico. Assim a hipnose pode ajudar a acalmar a pessoa e melhorar sua qualidade de vida e reações psicológicas.
A indução hipnótica alivia a dor, porem tal alivio pode continuar a ser experimentado fora do consultório a partir de comandos pós-hipnóticos sugeridos pelo hipnoterapeuta. Onde o cérebro do cliente vai produzir alterações nessas percepções de forma automática e inconsciente. O mesmo mecanismo psicofisiológico usado para isso, também pode ser usado para se criar um “atalho” onde o hipnoterapeuta dá um comando e automaticamente a pessoa volta para um transe profundo, sem ter a necessidade de se passar pela indução formal (que pode levar de alguns segundos até vários minutos). Isso ajuda a psicoterapia breve se dar de forma mais rápida ainda.
O cérebro humano não diferencia a experiência vivida na imaginação com a experiência vivida “no real”. Por exemplo, podemos fazer uma breve demonstração. Para isso vou te pedir para visualizar cada um dos passos seguintes com o máximo de detalhes possível. Você pode tentar resistir ou se permitir experimentar essa demonstração agradável. Imagine você na cozinha. Caminhe até a geladeira ou até o cesto de frutas e pegue um limão. Sinta em suas mãos a textura da casca do limão. Ele é áspero ou liso? Leve ele até uma superfície onde possa cortá-lo. Pegue uma faca e corte o limão e duas metades. Sinta o cheiro dele enquanto você o corta. Sinta algumas gostas respingando em você. Veja bem a cor desse limão cortado. Leve uma das metade até a sua boca. Agora esprema o limão e deixe o suco cair em sua boca. Sinta o gosto doce amargo dele. Ótimo! Você salivou? Não? Sim? Bem ... normalmente a cada 10 pessoas que eu faço esse exercício, 8 ou 9 salivam. Se você salivou tudo bem, caso não, tudo bem também. Caso sim, eu te pergunto: como? É possível salivar sem ter um limão de verdade ai? A salivação é uma resposta fisiológica e automática. Você não deveria ter o controle dela. Pois bem, é exatamente esse o fenômeno que quero exemplificar. Nosso cérebro não sabe diferenciar uma experiência imaginada de uma “real”.
Na hipnose durante a fazer de indução ao transe, de acordo com estudos de neuro imagem, existe uma ativação de boa parte do hemisfério cerebral esquerdo (relaxamento). Em seguida começa uma desativação progressiva do giro frontal superior esquerdo, aumentando a capacidade de pensamento dedutivo (diminuição da resistência). Depois começa a ativação dos lobos occipitais bilateralmente, possibilitando um aumento da imaginação do cliente (movimentação rápida dos olhos, imagens). No final do processo de indução, ocorre ativação do giro anterior do cíngulo à direita, o que pode resultar em analgesia e até alucinações ou outras reações/fenômenos hipnóticos, em áreas como sistema límbico e a região periaquedutal, possibilitando diminuição da dor. O paciente passa a entender com mais naturalidade e menor resistência devido o aumento da sua capacidade dedutiva. A continuação do processo possibilidade o acesso a memórias antigas ou “escondidas” no porão do inconsciente, que várias vezes são a causa muitos problemas. As sugestões de bem estar possibilitam a alteração dos sistemas imunológico e hormonal.
